LeopoIdo Afrânio Bastos do Amaral nasceu em Belém do Pará, no dia 14 de outubro de 1893, e era filho de Jose da Franca AmaraI Bransford e Genvinda Pinheiro Bastos do Amaral. Transferiu-se para a capital baiana ainda no curso de ginásio, em 1905. Na Escola Politécnica da Bahia, onde ingressou em 1910, diplomou-se duas vezes: em 1913, engenheiro geógrafo e, em 1916. Engenheiro civil. Foi fiscal da Secretaria de Viação, diretor e fiscal da Estrada de Ferro Nazaré e, no Rio do Janeiro, assessor da Coordenação de Mobilização Econômica. Em 1917, iniciou, mediante concurso público, suas atividades docentes na Escola Politécnica como professor substituto da 1a. seção do Curso de Engenharia Civil, lecionando, também, Cálculo, Descritiva e Mecânica Aplicada. Em 1925, defendendo a tese “Pontos Singulares das Curvas Planas”, recebeu o título de doutor em Ciências Físicas e Matemáticas e, em 1926, foi nomeado professor catedrático de Geometria Analítica e Cálculo Infinitesimal da Escola Politécnica da Bahia. Por duas vezes prestou concurso para professor catedrático do Ginásio da Bahia, onde obteve nota máxima para a cátedra de Geometfia com a tese “A Quadratura do Circulo” e também conquistou a cátedra de Física, com a tese “À Margem das Teorias de Einstein”. Notabilizou-se como matemático, escrevendo, além das teses acima citadas, o trabalho intitulado “Logaritimos Reais de Quantidades Negativas”, com o qual representou o Brasil no Congresso Internacional de Matemática de Bolonha, em 1928. Ainda na atividade acadêmica, foi professor fundador da Faculdade de Filosofia, titular da cadeira de Estatística Aplicada, e catedrático de Matemática Superior da Escola de Belas Artes da Bahia, onde inclusive, foi diretor e fundador do curso de Arquitetura. Construiu, portanto, uma sólida e invulgar reputação como professor com atuação sempre marcante em diversas das mais conceituadas instituições de ensino na sociedade baiana de sua época, o que pode ser aquilatado pela informação balizada da historiadora e professora Consuelo Pondé de Sena, que, em antigo sobre a vida de LeopoIdo Amaral, publicado na edição de 5 de outubro de 1991 do jornal ATARDE, afirmou: “Sua elevada cultura e reconhecida inteligência teriam levado o governo, por algum tempo, a suspender os concursos de Livre Docência, pois correra a noticia de que ele se dispunha a realizá-los para qualquer cadeira pleiteada por um candidato oficial” . Também atuou como jornalista político, tendo se destacado pela oposição ao governo de Washington Luis. Na condição de redator do jornal O Imparcial ligado a José Joaquim Seabra. Foi presidente do Comitê da Aliança Liberal na Bahia, chegando ocupar os cargos de prefeito de Salvador e interventor do Estado, para este último nomeado pelo então capitão Juarez Távora no comando do movimento revolucionário de 1930. Retornou ao jornalismo, assumindo, em 1940, a direção do Diário da Bahia. Sobre a rápida passagem de LeopoIdo Amaral pelo governo do Estado, o professor Hildérico Pinheiro de Oliveira observou, em artigo publicado na edição do dia 26.06.96 do jornal A TARDE, que, naquele período, a Escola Politécnica recebeu substancial doação dos cofres estaduais, o que resultou decisivo para a sua manutenção até o ano de 1946. No dia 8 de outubro de l965, portanto dias antes de completar 72 anos, Leopoldo Amaral faleceu, deixando enorme lacuna na sociedade baiana, onde consolidou a reputação de um dos mais destacados profissionais do ensino em sua geração.
Leopoldo Amaral
Nº TOMB. ANTERIOR:
Sem tombamento. Será tombada futuramente pela Escola Politécnica da UFBA.
PROCEDENCIA/FORMA DE AQUISIÇÃO:
Pintada na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia.
DIMENSÕES:
Alt: 65,5 cm Larg: 55,0 cm
TÉCNICA:
Óleo sobre tela
LOCALIZAÇÃO ATUAL:
Memorial Arlindo Coelho Fragoso, 4° andar, Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia
DADOS BIOGRÁFICOS DO RETRATADO:
OBSERVAÇÕES GERAIS:
MACHADO, Z. M.; FAUSTO, C. M. G. Aguiar. Relatório do acervo de pinturas da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Salvador: 2015.