Ata da sessão do Conselho Universitário da Bahia, realizada no dia 12 de Março de 1958.

1-  Havendo número legal o Magnífico Reitor declarou aberta a sessão convidando o secretário a proceder a leitura da ata da sessão anterior, a qual, depois de lida e posta em discussão, foi unanimemente aprovada. Com a palavra o Magnífico Reitor comunicou que a reitoria recebeu vários telegramas de congratulações pelo sesquicentenário da criação do Ensino Médico, sendo que esses telegramas estão, também, os de alguns convidados que se escusaram pelo seu não comparecimento. Recebeu, também, ofícios dos diretores das Escolas Politécnicas e Belas Artes comunicando o resultado do concurso vestibular.
2-  Na Escola Politécnica foram aprovados 46 candidatos. Inscreveram-se 230 entrando em exame 214. Na Escola de Belas Artes inscreveram-se 57 em Arquitetura, passando 22, e em Belas Artes inscreveram-se 27 e passaram 21. O conselheiro Torres Homem comunicou que na Faculdade de Odontologia inscreveram-se 86 candidatos, concorreram 76, foram aprovados 43. O conselheiro Magalhães Neto teceu comentários sobre a portaria n° 76, de 14 de fevereiro, do senhor Ministro da Educação e Cultura, publicada no Diário Oficial do dia 21 de fevereiro de 1958. Sobre o assunto falaram, também os conselheiros Carlos Simas, José Lima, Torres Homem, Alceu Hiltner, Rodrigo Argolo e Alberico Fraga.
3-  Por proposta do Conselheiro Mendonça Filho foi aprovado um voto de pesar pelo falecimento do pintor José Pancelotti e por proposta do Conselheiro Rodrigo Argolo  um voto de pesar pelo falecimento do Professor Euvaldo Diniz Gonçalves. Por proposta do Conselheiro Torres Homem , foi, também aprovado uma nota de pesar pelo falecimento do Professor Elino dos Santos, catedrático da Faculdade de odontologia de Porto Alegre.
4-  O acadêmico Paulo Brandão, Presidente do D.C.E. comunicou ao conselho que se inscreveram 3 alunos  para o vestibular na Faculdade de Farmácia, mas no 2° Vestibular se inscreveram mais de 20, o que , acrescentou S.S  vinha prejudicar os alunos da Faculdade de Farmácia. Passando-se a ordem do dia – apreciação do parecer da comissão de legislação e recursos ao recurso impetrado pelo Dr. José  Simões e Silva Junior da decisão da congregação da Faculdade de Odontologia, confirmando decisão do Conselho Departamental, que, embora lhe concedendo autorização para ministrar curso equiparado de Fisiologia, exigiu, entretanto, fosse o mesmo realizado “exclusivamente nas instalações da Faculdade de Odontologia” – o Magnífico Reitor concedeu a palavra ao Conselheiro Magalhães Neto, passando a presidência da sessão ao Conselheiro Orlando Gomes, Vice-Reitor. O conselheiro Magalhães Neto leu o parecer da comissão, o qual tem a seguinte conclusão: “Eis por que, não obstante o alto apreço em que tenho os eminentes colegas, sou de parecer que se dê provimento ao recurso permitindo-se a docente livre Dr. José Simões e Silva Júnior, ministrar, nos laboratórios de Fisiologia da Faculdade de Medicina, o curso equiparado a que foi autorizado pelo Conselho departamental da Faculdade de Odontologia”.
5-  Em discussão o parecer usou da palavra o Conselheiro Augusto Machado dizendo que era preciso que o diretor da Faculdade de Medicina estivesse de acordo com a transferência de alunos de outras escolas para a Faculdade de Medicina. O conselheiro José Lima defendeu a decisão do Conselho departamental da Faculdade de Odontologia. Ainda sobre o assunto falaram, como consta nas notas taquigráficas anexas, os conselheiros Alceu Hiltner, Teonilo Amorim, Torres Homem, Rodrigo Argolo, Paulo Brandão, João Mendonça e Magalhães Neto.
6-  Depois de encerrada a discussão procedeu-se a votação, sendo o parecer aprovado contra os votos dos conselheiros José Lima e João Mendonça , o qual fez a seguinte declaração de voto: “ Voto contra o parecer por que penso que a faculdade de Odontologia resguardou seu prestígio funcional, pela especialização em fisiologia oral do seu gabinete e também, por que as conveniências pessoais do docente”.
7-  Nada mais havendo a se tratar foi encerrada a sessão. E, eu, Albérico Fraga Filho, secretario da Universidade da Bahia, lavrei  presente ata, a qual, depois de lida e posta em discussão, vai devidamente assinada com a menção de sua aprovação.