Ata da sessão do conselho universitário , realizada em o dia 15 de Outubro do ano de 1953.
Naõ houve Pauta.
Naõ houve o que ocorrer.
O Reitor declarou estar aberta a sessão, convidando o Secretário a proceder á leitura da ata da sessão anterior. Lida, posta em discussão em seguida sob votação foi unanimemente aprovada.
O M.Reitor justificou a ausência dos professores Torres Homem, Oscar Caetano da Silva, Mendonça Filho, Isaias Alves e OrlandoGomes.Disse que o M.Reitor que o assunto principal da "Ordem do Dia"- parecer sobre os Estatutos do Direito Central dos Estudantes- não poderia se objeto de apreciação em virtude de não se achar presente o seu Relator, professor Orlando Gomes, porém aproveitaria a ocasião para fazer algumas comunicações de relevante importância para a vida da Universidade. Lembrou S.Magnificência, que, na conformidade dos Estatutos, deveria a Relatoria ter em mão, até o dia 31 de Outubro em curso, as propostas orçamentárias das diversas unidades universitárias, para que em colaboração com a Comissão do Conselho de Curadores antes de ser enviada ao Dasp, até o mês de Novembro, para o exercício do ano de 1955. Esclareceu que apesar de ocorrer o fato de serem enviadas propostas para o ano de 1955 sem se ter ainda conhecimento da do ano de 1954, sugeria que podiam fazer as propostas com certa margem do que seja possível obter-se para o ano de 1955. Aditava, ainda, que o orçamento é sempre feito no Dasp, prerrogativa que não devia a Universidade renunciar, para a melhor cimentação do seu futuro. O conselheiro Albérico Fraga se insurgiu contra a orientação governamental que exige a feitura da proposta para o ano de 1955 ainda no transcurso do ano de 1953, fruto da orientação centralizadora do Estado Novo, da qual ainda não estamos libertados.
O M.Reitor justificou a exigencia governamental com a necessidade de um estudo mais acurado por parte do Dasp.O conselheiro Miguel Calmon secundou a opinião do conselheiro Albérico Fraga informando que a prova evidente do que foram aduzido reside no que classificou de "disparate entre os orçamentos previstos e realizados", dando o espaço de tempo que medeia entre as propostas e a obtenção dos recursos orçamentários. Aproveitou o M.Reitor a oportunidade e retificou as suas declarações anteriores, informando que a tramitação das propostas , logo após a audiência da Comissão de Orçamento e do Conselho Universitário.É da ouvida e aprovação do Conselho de Curadores. Continuando a ordem de comunicações o M.Reitor informou que terminaria naquele dia prazo pra a concorrência aberta para a construção do pavilhão da Faculdade de Filosofia, e, ás vesperas de abrir-se a concorrência para o termino do prédio destinado á Faculdade de Ciencias Econômicas, bem como para a da instalação da Faculdade de Odontologia e da Escola Politécnica.Informou a Casa ter entretido com os Diretores das referidas unidades universitárias entendimentos a respeito. Quanto a Faculdade de Farmácia, já aquinhoada com um prédio, representa, em relação ao passado, uma aquisição condigna. Aproveitou o ensejo o conselheiro Miguel Calmon e perquiriu ao M.Reitor sobre o regimento de Farmácia, obtendo, como justificativa bastante o fato de estar o Relator designado, assoberbado de afazeres, dos quais o primeiro seria o referente ao Estatuto do Diretorio Central dos Estudantes e em seguida os referentes ás Associações dos Antigos Alunos da Escola Politécnica e da Faculdade de Direito. Oproveitor o ensejo o M.Reitor e sugeriu aos Diretores dasFaculdades de Farmácia e Filosofia e ao da Escola de Belas Artes que organizassem associações idênticas.
O conselheiro Miguel Calmon dizendo-se mal informado a respeito das medidas tomadas por S.Magnificencia o Reitor a respeito da Biblioteca Central da Universidade, foi esclarecido por este de que não tem logrado êxito nas medidas que tomou para a consecução de tal fim, não e o em virtude das exigências de tal empresa, face á majestade da Universidade, quanto e por consequência de que não se justicaria a instalação de uma biblioteca mirim.O conselheiro Miguel Calmon pediu venia para discordar de S.Magnificiência o Reitor quando concebe a ideia de uma biblioteca nos moldes majestosos da Universidade,por achar que a príncipio ela teria de se amolgar as atuais possibilidades. Frisou, entretanto, que de modo algum foram ou era contrário á majestade da Universidade como se acha instalada.
Secundando o conselheiro Miguel Calmon o conselheiro Albérico Fraga aduziu que a Bahia precisava sair desses hábitos mesquinhos de invectivar aqueles que recebem obras grandiosas.O conselheiro Miguel Calmon lembrou que as bibliotecas das unidades universitárias estão mal providas, com o que concordou o M.Reitor que aditou ser seu intento criar um Serviço Geral de Informações, aliás já tentando em êxito, até agora. Á vista de haverem os conselheiros demonstrado imediato interesse de que S.Magnificiencia renovasse a tentativa de criação, do Serviço Geral de Informações, prometeu S.Magnificiencia enviar se meios ao deu alcance.