Ata da Sessão do Conselho Universitário realizada em 22 de junho de 1982. |
ter, 22/06/1982 - 09:15 |
1- Vencido o expediente, foi anunciado o processo nº 00858/82 – proposta da Escola de Belas Artes, para a concessão do Título de Doutor Honoris Causa – ao Artista Plástico Rubem Valentim tendo o Sr. Conselheiro Luiz Angélico da Costa, a quem foi dado a palavra, lida, na qualidade de relator, o seguinte Parecer. – Parecer: Magnífico Reitor, Senhores Conselheiros: Apraz-me relatar o presente processo mediante o qual a Congregação da Escola de Belas Artes desta Universidade, em sessão de 31 de março do corrente aprovando por unanimidade, louvável proposta, do prof. Juarez Paraíso, solicita deste Conselho a concessão do título de ´´ Doutor Honoris Causa `` ao nosso muito ilustre conterrâneo o Artista Plástico Rubem Valentim. Inteligência polimorfa com profunda curiosidade e genuíno interesse por diversificados ramos do saber e do lazer artítisco, Rubem Valentim, formado em Odontologia aos 24 anos de idade e Bacharel em Jornalismo pela nossa antiga faculdade de filosofia, Ciências e Letras em 1953, aos 31 anos já encontrara, em verdade o seu verdadeiro e inspirado caminho nas Artes Plásticas, em 1948 – levado pela estudidatismo apaixonado que fizera, aponte sua, iniciar-se na pintura desde menino.
2- A par com este espírito de decisão e escolha, que é um dos traços marcantes de sua personalidade avulta igualmente sedutora e inequívoca a sua vocação para penetrar no êmago da real sentido das coisas como sendo algo que transcendo as aparências e as primeiras impressões. Por esta razão, talvez foi dele escreveu Mario Pedrosa: ´´ Recusou-se a um regionalismo de fachada, de idéias feitas, de anedotário para turistas, de pitoresco e de enfeitiçamento felilóricos. O paradoxalmente significativo nessa atitude é que, em nome do que havia de mais profundo no contexto autóctone de sua terra, a sincretismo religioso litúrgico abro-brasileiro, foi o primeiro artista abstrato da Bahia``.
3- É por semelhante percepção Umbri-Apallonio, Diretor dos Arquivos de Bienal de Venesa, dele escreveria. ´´.... a abstração geométrica das suas imagens é a ordenação, no mais das vezes simétrica, de dados tirados da presença e memória de ordem mítica e ritual ``. Artista e artesão na mais lídima expressão dos dois termos, Rubem Valentim faz de sua obra igualmente um instrumento de intensa participação e interpretação culturais. Defensor destas nossas raízes e, simultaneamente, detentos de permanente inquietação artística em termos formais, Rubem Valentim – homem e obra – congrega em si o espírito de resistência – de oposição a tudo que não é nosso – e o permanente ímpeto reformista de um autentico artista de vanguarda.
4- È a este homem Magnífico Reitor, Senhores Conselheiros, que a Congregação da Escola de Belas Artes deseja e acertadamente, pretende que este Conselho conceda o título de ´´ Doutor Honoris Causa``. Considerando o seu merecido prestígio nacional e a admiração internacional por ele alcançada a partir de sua exposição em Roma em 1965; considerando o valor intrínseco de suas muitas exposições individuais e a importância e o estímulo de sua participação em inúmeras coletivas; considerando os muitos prêmios recebidos entre os quais o Prêmio Especial pela ´´ Contribuição a Pintura Brasileira `` através de sua participação em sala especial da I Bienal Nacional de Artes Plásticas em Salvador, Bahia de dezembro de 1966 a fevereiro de 1967 e o 1º Prêmio da Fundação Bienal de São Paulo em 1976; considerando o alto apreço em que a ele se reportam os testemunhos das mais variadas referências bibliográficas, assim como a amplitude da documentação e da divulgação de sua obra através da imprensa falada e escrita e dos vários meios da comunicação com esoecial destaque para o filme documentário de curta metragem intitulada ´´ Rubem Valentim e sua semiológica ``.
5- Em razão de todo e exposto, salvo melhor juízo, sou de parecer que este Égrégio Conselho referenda a mais louvável decisão daquele alto órgão colegiado desta Universidade. Salvador, 22 de junho de 1982. Luiz Angélico da Costa – Relator`` . Posto em discussão, foi a seguir, na forma da lei, votado o Parecer, funcionando como escrutinadores, os Srs. Cons. George Modesto e Newton Guimarães. Apuradas as cédulas, em número de vinte e seis, que tanto eram os votantes, os senhores escrutinadores proclamaram os seguintes resultados: 23 votos sim, 2 votos em branco e um voto não. Logo após, foi cumprido o item referente á eleição do representante da Comunidade Religiosa no Conselho Universitário, em decorrência da extinção do mandato do prof. Renato Mesquita. A lista sêxtupla estava constituída dos seguintes nomes: Jorge Novis – Jorge Studart – José Joaquim Calmon do Passos – Renato Mesquita – Osvaldo do Sento Sé e nadja Viana. Feita a eleição na forma regimental, apurou-se o seguinte resultado, tendo se verificado a presença de 26 votantes: Jorge Novis, 16 votos; José Joaquim Calmon de Passos, 4 votos; Jorge Studart 4 votos; Nadja Viana, 1 voto, além de um voto em branco.
6- O Magnífico Reitor proclamou então eleito o Dr. Jorge Novis, e ressaltou o valioso trabalho realizado pelo Conselheiro Renato Mesquita, durante o mandato que acabara de cumprir neste Conselho. Logo após, o Sr. Presidente fez o registro da festa comemorativa dos quarenta e um anos de fundação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, a que teve oportunidade de comparecer. Seguiu-se-lhe com a palavra o Sr. Conselheiro Ruy Simões, diretor da mencionada Faculdade, que externou seu agradecimento ao Magnífico Reitor, ao Prof. Piero Bastianelli, e a outros Diretores, entre os quais o da Faculdade de Medicina, pela participação que tiveram nas solenidades comemorativa dos 41 anos daquela Unidade.
7- E, fazendo o destaque das autoridades presentes aquele evento, valeu-se da ensejo puro, aludindo ao Memorial da Faculdade de Medicina, chamar a atenção para a necessidade de a UFBA cuidar também do seu próprio Memorial, uma vez que a Universidade é, provavelmente, detentora do mais rico acervo de artes plásticas da Bahia. O Magnífico Reitor considerou oportuna a palavra do Sr. Cons. Ruy Simões, relativamente ao acervo da UFBA e, dizendo não está desatento para o problema, concedeu, em seguida, a palavra ao Sr. Cons. Newton Guimarães. Aludiu este a indicação da Prof. Ruy Simões, respeitando ao Memorial da Universidade, e lembrou a conveniência de, já agora serem tomadas proveniências para a preservação e conservação, nas diversas Unidades de Ensino, dos bens culturais ai existentes.
8- Logo após, a Sra. Cons. Maria do Socorro sugeriu que a Universidade Federal da Bahia fizesse um inventário dos seus bens móveis e imóveis, dotados de valor cultural, e acenou com a possibilidade de alguns Cursos e Unidades, tais como o Curso de Musicologia, a Escola de Belas Artes e a faculdade de Arquitetura, colaboradores neste trabalho, reduzindo-lhe, certamente, o custo financeiro. E, respondendo a um aparte do senhor \cons. Newton Guimarães, que sugeriu a constituição de uma comissão de patrimônio ou órgão equivalente, para cuidar do acervo nos termos em causa, esclareceu que poderia ser mesmo uma comissão de inventário, o que constituiria o primeiro ponto para a preservação e conservação dos bens culturais da UFBA. Usando mais uma vez a palavra, o Sr. Cons. Ruy Simões ponderou que seria mais fácil começar pela história ilustrada da Universidade, utilizando o acervo fotográfico, que a mesma possiu.
9- O Magnífico reitor considerou também oportuna a lembrança da Sra. Cons. Maria do Socorro, bem assim uma reflexão sobre a conveniência de constituir-se a Comissão sugerida. E depois de dar um depoimento pessoal referente ao acervo da faculdade de Medicina, comunicou aos Srs. Diretores da área biomédica que seus respectivos orçamentos já se encontravam definidas. Agradeceu, em seguida, a presença de todos e encerrou a sessão.
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Não houve o que ocorrer.
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Ata da Sessão do Conselho Universitário realizada em 14 de maio de 1982. |
sex, 14/05/1982 - 09:30 |
1- Passando a ´´ Ordem do dia `` o Magnífico Reitor anunciou a existência de uma proposta concreta, assinada por 7 Diretores presentes, encabeçados pelo Prof. Nilmar Rocha, a quem ofereceu a palavra, para encaminhamento da discussão. O Sr. Cons. Nilmar Rocha, leu então a minuta de um ante-projeto de Resolução oriundo do trabalho conjunto de vários Senhores Diretores e referente ao problema de freqüência dos professores.
2- Agradecendo, o Sr. Presidente deu prosseguimento a discussão da matéria, após ressaltar o empenho dos Senhores Diretores na melhoria da administração em suas próprias Unidades e a sensível corporificação do espírito universitário demonstrado pelo Conselho. Usaram a a palavra, sobre o assunto em discussão, além do Magnífico Reitor, os Senhores Cons. Eliel Pinheiro, Ruy Simões, Gylson Sampaio, Nilmar Rocha, Germano Tabacof, Piero Bastianelli, Arlete Lima, Maria do Rosário, Neuza Castro, George Modesto, Maria Anália, Carlos Brandão, Nadja Viana, ficou aprovada a idéia geral contida no ante-projeto em causa, dispondo-se o Sr. Cons. Nilmar Rocha, como primeiro signatário do documento, a receber as sugestões sobre a matéria desejassem enviar-lhe os senhores Diretores.
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1- Vencida a ´´ ordem do dia ``, anunciou o Magnífico Reitor o item concernente a proposta de outorga do título de Doutor Honoris Causa ao artista plástico Rubem Valentim. Como não estivesse presente o Cons. Relator, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Cons. Renato Mesquita, a fim de que relatasse o processo nº 00551/82 – recurso do Prof. Ciril Bernad Cuden. O Sr. Cons. Renato Mesquita aduzindo uma série de razões, solicitou fosse retirado de pauta o aludido processo, no que foi atendido.
2- Franqueada a palavra, dela fez uso o Sr. Cons. Gylson Sampaio, que disse haver necessidade de uniformizar a freqüência dos funcionários, esclarecendo então o Senhor Presidente que a Reitoria já alertara para o assunto, havendo mesmo encaminhado aos Srs. Diretores uma Circular referente a transferência dos funcionários. Não havendo mais nada a tratar foi encerrada a sessão.
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Ata da Sessão do Conselho Universitário realizada em 26 de abril de 1982. |
seg, 26/04/1982 - 09:30 |
1- O Magnífico Reitor anunciou o item seguinte da ´´ Ordem do dia `` , Processo S/N – concessão do título de Professor Emérito do Prof. Carlos Espinheira de Sá, oferecendo a palavra, ate contínuo, ao Sr. Relator da matéria, Cons. Nilmar Rocha, que leu o seguinte Parecer. ´´ PARECER: A Congregação do Instituto de Química da UFBA, aprovou por unanimidade, proposta de concessão de título de Professor Emérito ao Prof. Carlos Espinheira de Sá, aposentado daquela unidade.
2- Engenheiro civil da turma de 1937 e engenheiro químico graduado em 1949 pela Escola Politécnica da UFBA, o professor Carlos Sá, completou sua formação com diversos cursos e alguns estágios, no País e Exterior. Durante mais de trinta anos lecionou Físico-Química nesta universidade, primeiramente na Escola Politécnica e depois no Instituto de química, de que foi um dos fundadores. Procedeu sempre com muito zelo, interesse e dedicação. É natural que tenha construído, assim, uma reputação de grande Mestre.
3- Procurando destaques em sua brilhante carreira, encontro dois aspectos que perecem mais significativos. 1.0 – Conseguiu nestas três décadas fazer uma associação justa e balanceada de atividades acadêmicas com atividades profissionais, sem deixar que a hipertrofia de uma suprimisse a outra. E isto é muito importante porque em vários setores da Universidade, a vivência ao cotidiano dos problemas práticos do profissional constitui uma ajuda que o professor não deve desprezar. 2.0 – No setor acadêmico o Prof. Carlos Sá deu sempre seu apoio a todos os jovens que, dotados de necessária potencialidade, desejavam fazer carreira em química, criando condições para que entrassem em contato com Docentes de outros centros e que pudessem realizar, aqui mesmo, trabalhos de investigação científica. Considero muito justo a homenagem proposta pelo Instituto de Química``.
4- Posto em discussão, o Parecer, falaram sobre a matéria os seguintes Srs. Conselheiros: Nadja Viana, ressaltando as qualidades do ilustre Professor homenageado, e esclarecendo que a proposta em apreço era a primeira assinada do Instituto de Química: Hernani Sobral, para, como representante da Escola Politécnica no Conselho de Coordenação, e, eventualmente, como representante deste no Conselho Universitário, ressaltar, além das qualidades de Professor e Cientista, os vínculos históricos do Prof. Carlos Sá com a Escola Politécnica; Jo´se Calasans Brandão, para, por motivos que no momento encerrou, entre as quais o interesse do homenageado pelos problemas regionais, trazer o seu apoio ao Instituto de Química, quanto a proposta em consideração. Não havendo mais quem desejasse falar sobre o assunto, o Magnífico Reitor pôs em votação a matéria, convidando para escrutinadores os Srs. Cons. George Modesto e Newton Guimarães. Contadas as cédulas, em número de vinte e cinco, que tantos eram os votantes, verificou-se a unanimidade em favor da concessão.
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1- Vencida a ´´Ordem do Dia``, o Sr. Presidente franqueou a palavra, de que fez uso o Cons. Luiz Angélico Da Costa, para registrar sua satisfação pessoal, e a do Conselho Universitário, em face da outorga, pela Câmara de Vereadores, da cidadania bahiana, ao Magnífico Reitor e a sua distinta irmã, Sra. Leonor Macedo Costa Calmon de Bittencourt.
2- Agradecendo as palavras do Senhor Conselheiro Luiz Costa, e como não houvesse mais assunto a tratar, o Sr. Presidente encerrou a sessão.
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Ata da Sessão do Conselho Universitário realizada em 25 de fevereiro de 1982. |
qui, 25/02/1982 - 09:30 |
1- Acolhidas as ponderações do Conselheiro Ruy Simões o Senhor Presidente anunciou o item 1 – da ´´ordem do dia`` - Processo n° LET/00020/82 proposta de concessão do Título de Doutor Honoris Causa do Prof. Eduardo Portella e ao Doutor Adonias Filho, concedendo então a palavra ao Presidente da Comissão de Títulos, Cons. Penilson Silva, que disse haver distribuído o Processo anunciado os Professor Luiz Angélico da Costa, bem como o Processo nº LET/00366/82, ao Prof. Nilmar Rocha.
2- Em decorrência disso, o Sr. Presidente deu a palavra ao Cons. Luiz Angélico da Costa, cujo Parecer, unanimidade aprovada, vai a seguir transcrito: ´´ Parecer: Magnífico Reitor, Senhores Conselheiros : a Congregação do Instituto de letras da Universidade Federal da Bahia, em sessão de 26 de janeiro próximo passado, pela unanimidade dos membros presentes, aprovou duas propostas de concessão de título de Doutor Honoris Causa a dois dos mais destacados homens de letras desta terra que, no momento, servem ao Brasil e a Bahia fora dos limites geográficos deste Estado. São eles os conhecidos homens de eminente vida publica Adonias Aguiar Filho e Eduardo Matos Portella, que o relator deste processo cita na ordem acima – seguinte exclusivamente o democrático critério universal da ordem alfabética.
3- E, se assim se expressa este Relator, é porque, se Eduardo Portella destaca-se como um dos mais influentes críticos literários brasileiros de todas as gerações, Adonias Filho é sem dúvida um dos nossos mais significativos ficcionistas de todos os tempos: se Eduardo Portella vem de servir ao País, como homem público porém marcante passagem pelo Ministério de Educação e Cultura como titular da importante pasta, Adonias Filho vem também marcando a sua presença na vida pública através de diferentes cargos de direção, tais como a do Serviço Nacional do Teatro, O Instituto Nacional do Livro e a Biblioteca Nacional, ao lado da Presidência da Associação Brasileira de Imprensa e do Conselho Federal de Cultura.
4- É, pois, senhores Conselheiros e Senhor Presidente deste Conselho, a dois extraordinários baianos que a Congregação do nosso Instituto de Letras está propondo a outorga do título de Doutor Honoris Causa – ao aprovar as propostas dos ilustres professores Claúdio de Andrade Veiga ( apresentando o nome de Eduardo Portella). Ao girar, de passagem, os perfis dos ilustres conterrâneos Adonias Aguiar Filho, nascido em 1915, no município de Itajuípe, neste Estado e Eduardo Matos Portella, nascido nesta Capital em 1932, solicito ao Colendo Conselho que me dispense a formalidade de discorrer sobre as obras dos mesmos, informando aos meus ilustres Pares que, se assim o desejarem, poderão consultar os sucintos mas autorizados currícula vitae dos dois indicados ao honroso título – devidamente anexos a este processo.
5- Com relação ao vigoroso romancista de Corpo Vivo ( 1962), o Forte ( 1965) e Luanda Beira Bahia ( 1971), também importante ensaísta e crítico ( autor de Moderno e Ficcionistas Brasileiro) concluo com as palavras do autor da proposta, Prof. Claúdio Veiga: o ilustre conterrâneo vem notoriamente enriquecendo a nossa prosa narrativa com livros que tem encontrado guarida até na literatura mundial, tal a força com que, articulando-se numa técnica renovadora, conseguem animar, em cenários da província, uma privilegiada matéria romanesca, adequadamente mesclada de tragédia e poesia. E dou também a palavra final a prof. Judith Greernem, a certa altura de sua proposta, diz ao autor de Dimensões I (1958) Dimensões II (1959), Dimensões III ( 1965), Literatura e Realidade Nacional (1963), Teoria da Comunicação Literária (1970), Fundamentos da investigação Literária (1974).
6- O Paradoxo Romântico (1976) e outras obras. Foi, por mais dois anos, Ministro da Educação do Governo Figueiredo: assumiu o cargo para não se desistir da ação prática e demitiu-se para prosseguir, quando, como cidadão, como professor, como editor, como escritor, melhor poderia continuá-la. Eduardo Portella configura o nítido perfil do intelectual brasileiro, não apenas porque viva no Brasil, mas porque faz sentir, a cada momento, a sua participação, quer em termos de presença, quer através do seu discurso, vazado num estilo muito próprio, mas que contém, como seu traço mais característico e da participação, quer do ponto de vista histórico, quer do ponto de vista do acompanhamento do desenvolvimento cientifico, no que se refere ao seu campo e a campos afins. Magnífico reitor, Senhores Conselheiros, o Instituto de Letras pede apenas que este Conselho referende o testemunho que Adonias Aguiar Filho e a Eduardo Matos Portella já deram entidades como a Academia Brasileira de Letras.
7- O Parecer deste Relator é, pois, pela aprovação das suas duas propostas. Salvo melhor juízo. Salvador, 25 de fevereiro de 1982. Luiz Angélico da Costa – Relator ``. Após votação secreta, a dentro do que preceitua o Regimento, verificou-se que vinte cinco Conselheiros, que tantos eram os votantes, se pronunciaram pelo ´´sim``, tanto em relação ao professor Eduardo Portella, quanto em relação ao doutor Adonias Filho, configurando-se desse modo, em ambos os casos, a unanimidade. Em seguida, o Senhor Presidente deu a palavra ao Cons. Nilmar Rocha, a fim de relatar o Processo n° REL/00366/82, constante a item 3: proposta de Concessão do Título de Doutor Honoris causa ao Artista Plástico Hector Júlio Paride Bernabó – Carybé. Lida o processo a seguir transcrito, foi o mesmo por unanimidade: ´´Parecer: A colenda Congregação da Escola de Belas Artes aprovou, por unanimidade, proposta no sentido de que já concedido o título de Doutor Honoris Causa ao artista pléatico Hector Julio Paride Bernabó mais conhecido como Carybé. Muito lógica a homenagem, e de parabéns a Unidade proponente, porque já ensinava Aristóteles que ´´ a mais excelente de todas as virtudes é a justiça ``. Enfeitiçado pela Bahia desde seu primeiro encontro, em 1938, este argentino de nascimento, hoje cidadão brasileiro, nunca mais pode esquecer ´´sua luz, sua gente, seu mar e sua terra ``.
8- E por isso, vencidos os obstáculos, aqui se fixou, fazendo dela ´´ sua casa ``, sua morada, sua vida ``. E produziu excelentes trabalhos, para ver e apreciar pelos anos a fora porque, como bem acentuou Theophile Gautier ´´ Tudo passa; só a arte possui a eternidade ``. Artista versátil, de grande capacidade, não me arriscaria a dizer se ele é melhor como desenhista, como pintor, ou como escultor. Mas, não tenho dúvidas em afirmar, porque é do conhecimento de muitos, que ele tem contribuído, de maneira decisiva, para afirmar, nacional e internacionalmente, o ótimo conceito que desfrutam os artistas baianos.
9- A diferença de outros, Carybé tem utilizado de maneira objetiva seus dotes artísticos, como na elaboração da memorável `` Iconografia dos Deuses africanos no Candomblé da Bahia ``. A respeito deste e de outros trabalhos correlatos opinou recentemente um de nosso ilustres Doutores Honorios dizendo que ninguém, no Brasil, fez tanto como Carybé, para situar e exaltar a incomparável `` contribuição da África na formação da cultura nacional brasileira mestiça ``. Na quase certeza de que estarei agradando aos dois, ouso dizer que Carybé é JorgeAmado de nossas artes plásticas. Somos de parecer que a proposta da Escola de Belas Artes deve ser aprovada. Nilmar Vicente P. da Rocha – Relator ``.
10- Submetida a votação, na forma do Regimento, pronunciou-se pelo ´´sim`` a unanimidade dos votantes, feito o que, o Senhor Presidente cumprimentou os Conselheiros Luiz Angélico da Costa e Nilmar Rocha pela beleza da forma com que revestiram seus Pareceres, anunciou o item 6 - ´´ o que ocorrer`` insistindo, antes, no convite aos presentes para a Aula Inaugural do ano letivo de mil novecentos e oitenta e dois, a ser proferida pelo Prof. Jorge Calmon, no próximo dia 1º de março. Não havendo quem desejasse usar a palavra, na oportunidade, o Magnífico Reitor agradeceu a presença de todos e encerrou a sessão, da qual eu, José Newton Alves de Sousa, secretário, lavrei a presente Ata, a ser devidamente assinada, com menção de sua aprovação, estando as ocorrências, em seus pormenores, registradas nas notas taquigráficas anexas, por mim rubricadas e subscritas.
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Não houve o que ocorrer.
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